segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A VIAGEM DA LINGUA PORTUGUESA


O que é a língua portuguesa?

O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades lusofalantes.

Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo.
É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, conforme a perspectiva do observador.
Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade. Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialectos) ou grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo de divisão.


A VIAGEM DA LINGUA PORTUGUESA PELO MUNDO

A expansão da língua portuguesa

A partir do século XV, através da expansão marítima, os portugueses descobrem novas terras e a elas levam a sua língua, estendendo deste modo o espaço geográfico em que a Língua Portuguesa serve, com mais ou menos alterações relativamente à do povo que a divulgou, de língua de comunicação em várias nações do mundo.
Fonte: Guilherme Ribeiro, AQUI

A língua portuguesa no mundo

Os países lusofalantes
O português é uma das dez línguas mais faladas no mundo, variando a sua ordenação entre a quinta e a sétima posição.
Com cerca de 230 milhões de falantes, é língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. É também uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial, Timor-Leste e Macau. Existem importantes comunidades falantes do português na América do Norte.
A língua portuguesa é língua oficial na União Europeia, no Mercosul, na União Africana e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre outras organizações internacionais.

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP

A CPLP foi criada em 1996. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste constituem os seus Estados-Membros. Dos seus objectivos gerais destacam-se: o reforço da presença dos Estados-Membros em termos internacionais, a cooperação em vários domínios e a promoção da língua portuguesa.
É a terceira comunidade intergovernamental de língua. Distingue-se das primeiras – Commonwealth (criada em 1949) e Comunidade Francófona (organizada como comunidade em 1970) – por ter sido criada no contexto pós guerra-fria por vontade soberana e igual dos países membros.
A União Europeia e os Países de Língua Portuguesa

Em 2007, é reconhecido pela União Europeia a importância da CPLP como um parceiro para a criação de sinergias em vários domínios da política externa e do desenvolvimento através de um Memorando de Entendimento assinado entre a Comissão Europeia e esta comunidade. O documento estabelece uma nova parceria nos domínios do combate à pobreza, do fomento da democracia e dos direitos humanos e da promoção da diversidade cultural e do desenvolvimento económico e social

Fonte: AQUI

A língua portuguesa em Timor Leste
Existe em Timor-Leste uma geração sem qualquer relacionamento com Portugal. Aqueles que se encontram na faixa dos vinte e poucos anos nasceram e cresceram sob influência indonésia. Portugal é, para eles, algo estranho, longínquo, apenas parte de um passado que não viveram. O uso da língua portuguesa é uma opção que não compreendem. Porque terá sido escolhido, para língua oficial, um idioma que a maior parte da população desconhece?
Numa escola próximo de Baucau, crianças espreitam para uma sala onde decorre uma aula
A questão não é de fácil resposta mas coloca-se diariamente. “O português faz parte da identidade timorense”, disse-me um dia o adido para a cooperação da Embaixada de Portugal em Timor-Leste. É verdade. Mas entra-se num táxi e o condutor só entende tétum ou bahasa indonésio. Entra-se numa biskota ou mikrolet (transportes locais) e raramente se encontra alguém com quem dialogar. Percorre-se as ruas de qualquer povoação e não se ouve nenhum grupo de timorenses a conversar em português. Usam o tétum ou um dos vários dialectos locais existentes no território. E os que conhecem a língua de Camões – geralmente os muito velhos ou os muito novos – usam-na apenas para comunicar com os portugueses que permanecem no território. Nunca entre si.
Os decisores timorenses queriam romper com o passado tortuoso e marcar a diferença em relação à outrora potência ocupante, a Indonésia. E o inglês só serviria para aumentar uma indesejada influência australiana no território. Do tétum, diz-se ser demasiado básico e pouco estruturado. Ficou o português, laço antigo que resistiu à história e que carrega consigo uma carga simbólica, de resistência, na luta pela independência. “No mato comunicávamos em português, para que o inimigo não entendesse as nossas mensagens”, disse-me um dia um antigo guerrilheiro das FALINTIL. Agora, só o tempo poderá confirmar se essa escolha foi a melhor para o futuro de Timor-Leste. E isso – o futuro do mais novo país do planeta – é a única coisa que verdadeiramente interessa considerar nesta questão linguística.
No meio desta problemática encontram-se os professores portugueses que dão o melhor de si para cumprir a tarefa de que foram incumbidos. Actualmente, a maioria dos docentes nacionais ensina colegas timorenses para que estes possam, por sua vez, leccionar na língua de Camões. Mas muitos timorenses assistem às aulas obrigados, o que torna a tarefa mais difícil. Ao que se acrescentam problemas de assiduidade em virtude das mais simples razões. Uma ribeira que não permite que alunos ou professores se desloquem às escolas. Velórios de entes queridos que duram mais do que uma semana. Doenças dos próprios alunos ou de familiares.
Os olhos negros e profundos de uma pequenina ternura de Baucau, Timor-Leste
O dia-a-dia de quem ter por missão o ensino em português nem sempre é fácil, apesar do estilo de vida relaxado e das tentadoras compensações financeiras. Os professores portugueses tentam contribuir, na medida dos possíveis, para o desenvolvimento da massa cinzenta local. Mas em breve, quando a quase totalidade dos estrangeiros abandonarem o território, caberá aos timorenses desbravar o seu caminho rumo à prosperidade. Investir, produzir, apostar em áreas chave. E o turismo – arrisco a dizer – será uma das áreas fundamentais para o desenvolvimento do país.
Não se vêem, por enquanto, viajantes em Timor-Leste. Mas consigo sem esforço imaginar o país como um destino turístico de relevo. Já estive noutros lugares com muito menos para oferecer em termos de beleza e de diversidade cultural, e que são verdadeiros ímanes para viajantes de todo o mundo. Algumas ilhas tailandesas, por exemplo.
É certo que viajar em Timor-Leste não é fácil. As estradas que rasgam o país são tudo menos confortáveis. Distâncias curtas demoram pouco menos que uma eternidade a percorrer. Mas o país tem, para além da componente cénica, imenso para proporcionar aos viajantes que nele se aventurem. Intercâmbios com culturas riquíssimas, um povo de uma amabilidade extrema, lugares onde se fica com a sensação de se recuar no tempo. E praias belíssimas espalhadas por quase toda a costa. O monte Ramelau e as plantações de café e cacau do centro do país. As ilhas de Jaco e Ataúro e muitos, muitos outros lugares. E, melhor que tudo, os inconfundíveis sorrisos das crianças timorenses e os seus olhos negros, profundos, igualmente risonhos. Se a riqueza de um país se medisse pelo encanto dos mais novos, Timor-Leste seria a mais próspera nação do planeta.

{ 16.Mai.2005 - 05:14. Versão não editada do texto originalmente publicado Por Filipe Morato Gomes no jornal Público }

Fonte: AQUI

Conclusão

A divulgação da língua portuguesa pelo mundo, aquando da epopeia dos descobrimentos e das viagens de circum-navegação foi de fundamental importância para a projecção de Portugal.

Na actualidade, apesar de em muitos países se falar português não se verifica grande investimento por parte das autoridades competentes do nosso governo, no acompanhamento, na manutenção dos valores e da importância que foi outrora dada à língua portuguesa pelos nossos antepassados.

Não obstante o esforço de alguns profissionais da área do ensino da língua portuguesa em manter a qualidade do ensino em várias áreas do globo, estes não beneficiam do apoio necessário.

Actualmente, em termos económicos, a língua portuguesa é de extrema importância nos entendimentos empresariais e comerciais, com os países da chamada economia emergente, nomeadamente os africanos pertencentes aos PALOP.