segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sobreendividamento das famílias

Definição do fenómeno

O fenómeno do sobreendividamento assenta essencialmente na crescente oferta de produtos e serviços, devido à galopante e cada vez mais acirrada concorrência empresarial, entre fabricantes e comerciantes, o que leva as empresas a recorrem a profissionais especializados em técnicas de marketing, ao passo que as entidades financeiras facilitam cada vez mais o acesso ao crédito, vindo desta forma a influenciar o crescimento do fenómeno, já que, não se olha a meios para conquistar novos clientes e o mercado em geral. Por outro lado, nos últimos anos, uma grande parte da população tornou-se consumista, revelando alguma falta de gestão e controlo do orçamento familiar.

Causas do sobreendividamento

O principal motivo que leva as pessoas a deixar de pagar ou a estarem na eminência de o fazer foi a insuficiência de rendimentos (33,7%). A insuficiência de rendimentos compreende a insuficiência de rendimentos propriamente dita, os salários em atraso e a frustração na obtenção de melhores salários. Em segundo lugar, surgem os problemas de saúde (18,2%), seguidos dos casos de desemprego, englobando o desemprego, de um dos elementos do casal ou de ambos (14,6%). Assumem também alguma importância as situações onde ocorre uma alteração no agregado familiar (sobretudo por divórcio ou morte) que origina uma quebra nas fontes de rendimento (12,8%). Vemos, assim, que a escassez de rendimentos aliada à instabilidade no emprego e à doença constituem os elementos perturbadores do cumprimento regular dos compromissos financeiros das famílias.

História Verídica

Inês e Gustavo, casados, ambos com 54 anos, com dois filhos maiores
profissão dela: assistente administrativa
profissão dele: electricista
rendimento líquido fixo mensal: 1.147,24 € (230.000$)
rendimento variável mensal: 598,56 € (120.000$)

créditos contraídos: crédito hipotecário para aquisição de habitação própria, dois créditos pessoais para pagamento de dívidas e aquisição de bens de consumo, um crédito contraído junto de um particular para o pagamento de dívidas.
capital em dívida: 141.159,80 € (28.300.000$) encargos mensais com instituições financeiras: 1.493,40 € (299.400$) outros encargos mensais estimados pelos próprios: 773,14 € (155.000$).

Caracterização do(s) devedores: Gustavo e Inês, ambos de 54 anos, são casados e têm dois filhos maiores. Gustavo é electricista e Inês é assistente administrativa de uma Universidade pública. Possuem vários créditos, um destinado à aquisição da sua habitação, um crédito pessoal para aquisição de vários bens de consumo, um crédito pessoal destinado ao pagamento de dívidas e, ainda, um crédito contraído junto de um particular, para saldar algumas dívidas.

Rendimento

O casal tem um rendimento líquido fixo mensal de 1.147,24 € (230.000$), auferem rendimentos variáveis, mas previsíveis, no valor mensal médio de 598,56 € (120.000$) que derivam, entre outras coisas, do arrendamento do imóvel do qual são proprietários. O montante mensal das prestações bancárias (1.493,40 €/299.400$), acrescido de outros encargos mensais, representa mais do que o rendimento total do casal. Para Inês, este facto obriga-a a “ter de trabalhar constantemente para conseguir alimentar o seu [sobre]endividamento, fazendo comida para fora”.

Origem do endividamento

Tabela 1

No momento em que esta entrevista foi realizada, Inês encontrava-se um pouco confusa e com algumas dificuldades em explicar o processo que levou o casal à situação actual. O endividamento desta família deve-se ao facto de Inês e Gustavo terem contraído alguns empréstimos para a aquisição de uma habitação e de bens de consumo, nomeadamente electrodomésticos e mobiliário.
Porém, Inês contraiu um empréstimo junto de um particular seu amigo (9.975,96 €/2.000.000$), para “realizar um sonho de vida e investir num restaurante”. Inês cozinha há vários anos para fora. Em 1997, fizeram-lhe uma proposta para cozinhar e gerir um restaurante. Assim, tirou uma licença sem vencimento até 1998. No entanto, o negócio não correu bem e Inês ficou desempregada durante meio ano, com três empréstimos a cargo do rendimento do agregado familiar, que passou a contar só com o ordenado de Gustavo: um crédito à habitação, cuja prestação mensal era de 448,92 € (90.000$), um crédito para aquisição de um computador e o crédito contraído junto do particular. Para além destes encargos, o casal tem dois filhos que na altura ainda estudavam e estavam a seu cargo.
A escassez de rendimento levou Gustavo e Inês a venderem o seu apartamento e a comprarem outro um pouco mais barato. Os filhos deixaram de estudar para poderem ajudar os pais e Inês, até voltar ao seu posto de trabalho na função pública, confeccionava comida para fora. Com o produto da venda do primeiro imóvel liquidaram o crédito à habitação, pagaram o crédito destinado à aquisição do computador e pagaram metade do empréstimo que tinham junto do particular.
Com o regresso de Inês ao seu trabalho, o casal foi conseguindo cumprir os seus compromissos de crédito, a ponto de contrair um novo crédito à habitação, este com uma prestação mensal de 862,92 € (173.000$).
Mais tarde, Inês pediu novamente uma licença sem vencimento (1999-final de 2000) para regressar à hotelaria, na qual auferia 748,20 € (150.000$).
Na instituição bancária onde toda a família tinha sediada as suas contas-ordenado, o casal contraiu um crédito pessoal (17.457,93 €/3.500.000$) ao qual ficou agregado um seguro de protecção do ordenado.
Com a falência do restaurante onde cozinhava, Inês esteve sem trabalhar durante 9 meses. Tendo accionado o seguro de protecção do ordenado, não obteve até agora qualquer resposta. Isso levou o casal a arrendar o imóvel de que são proprietários, por 598,56 € (120.000$). Por sua vez, arrendaram para si um apartamento mais barato 448,92 €/90.000$) para poderem pagar, pelo menos, a prestação relativa ao crédito à habitação.


Incumprimento

O incumprimento em relação a algumas das prestações bancárias surgiu a partir do momento em que Inês ficou desempregada. A falta de pagamento de uma das prestações devidas a uma das instituições financeiras, levou esta a participar ao Banco de Portugal a situação e, neste momento, Gustavo e Inês são considerados clientes de risco.
Por outro lado, ainda não conseguiram devolver o dinheiro que solicitaram ao particular.
Situação actual do devedor:
Trata-se de um agregado familiar com um elevado nível de endividamento, e que geriu mal os seus empréstimos.
O desequilíbrio orçamental do agregado levou os filhos a deixar de estudar e a começar a trabalhar para poderem auxiliar os pais.

O Endividamento das Famílias Portuguesas

Algumas vezes falam do endividamento externo, outras da inflação, talvez até mesmo da baixa produtividade, mas o mais frequentemente mesmo é criticar-se o governo pelo crescimento no endividamento das famílias.
De facto, o valor desse endividamento cresceu muito significativamente nos últimos anos.
Esta semana proponho-me analisar esta questão um pouco mais aprofundadamente. Será o problema do endividamento das famílias portuguesas muito grave? Será que é mesmo um problema?
Na realidade o nível de endividamento das famílias subiu muito na Segunda metade da década de 90. Chegou mesmo aos 90% do rendimento disponível das famílias já neste ano de 2000 e há quem preveja que chegue aos 100% no ano 2001.
Quer isto dizer que o total das dívidas das famílias portuguesas é quase igual ao que essas mesmas famílias ganham por ano.
Podemos exagerar esta questão afirmando que precisaríamos de trabalhar durante um ano inteiro só para pagar estas dívidas, sem comer, nem gastar dinheiro em nada mais.
Também podemos analisá-la de forma mais racional para podermos concluir se as famílias estão ou não sobreendividadas.
Como é moda desde que entrámos na União Europeia a primeira análise consiste em compararmos com o que se passa no resto da Europa.
De facto, o nível de endividamento das famílias portuguesas com este crescimento súbito chegou aos níveis dos outros países europeus, que já lá estavam à vários anos casos da Alemanha, da Inglaterra e até mesmo da Espanha.
A análise seguinte, tal como faríamos com uma empresa consiste em verificarmos se as famílias portuguesas têm capacidade para pagar os juros desta dívida.
Na realidade o peso dos juros no rendimento disponível das famílias baixou para os níveis dos outros países europeus. Actualmente os juros representam 8% do rendimento disponível das famílias. Isto é, do dinheiro que levam para casa durante o ano, as famílias gastam 8% para pagar os juros das suas dívidas. Este valor coloca-nos na média europeia e estamos mesmo abaixo dos holandeses, por exemplo.
O que se passou foi que a capacidade de endividamento do país aumentou com a adesão ao euro e quem mais aproveitou foram as famílias que aumentaram o seu stock de bens duradouros: sobretudo habitação e automóveis. Os dados do Banco de Portugal sobre a composição do crédito concedido no país mostram isso mesmo: em 1980 as famílias representavam 10% dos empréstimos concedidos em Portugal e em 1999 representam 45%.
Mas voltemos à “vaca fria”: estarão as famílias portuguesas sobreendividadas? Ou poderão vir a aumentar ainda mais os seus níveis de endividamento?
Se fosse uma empresa, estaríamos a analisar o nível de solvabilidade da empresa (ou seja a relação entre passivo/dívidas e activo) e o nível de cobertura dos juros (a relação entre encargos financeiros e resultados correntes).
Já vimos que a segunda questão não é grave, nem é provável que venha a sê-lo. Mesmo que os juros subam mais, pelo facto de estarmos na zona euro, não é provável que venham a subir o suficiente para passarem muito dos 8% do rendimento disponível.

Após inquéritos realizados pela DECO podemos visualizar claramente na tabela seguinte, a origem das principais dívidas das famílias portuguesas.

Tabela 2 – Fonte: DECO - Dados do ano 2000

1 Todos os cálculos aqui apresentados foram realizados pelo Observatório do Endividamento dos Consumidores, a partir dos inquéritos realizados pela DECO.
2 Não foi possível saber se os consumidores potencialmente sobreendividados que foram enviados por alguns CIAC para a DECO chegaram a efectuar o contacto com essa Associação.

Estruturas sociais de apoio

A DECO – Defesa do Consumidor, dispõe de gabinete específico especializado na análise e aconselhamento aos associados e cidadãos em geral, sobre a problemática do sobreendividamento.
Existem ainda os Centros de Informação Autárquicos ao Consumidor – CIAC, os quais se encontram espalhados por todo o país.
Na maioria dos casos analisados, a DECO prestou aconselhamento e simultaneamente agiu como mediador junto das entidades credores, tendo conseguindo quase sempre a obtenção de um acordo. Contudo, não é possível saber se a partir dele o devedor conseguiu pagar regularmente as suas dívidas. De qualquer modo, é importante realçar a utilidade deste tipo de intervenção, o qual permite, sem grandes custos, obter resultados em tempo útil.

Reflexão

O sobreendividamento, no âmbito social, tem como causa a chamada “pobreza envergonhada”, o que leva um grande número de famílias portuguesas por vezes a não procurar ajuda atempadamente. Este processo tem normalmente consequências desastrosas para as mesmas, não apenas pelo acumulo das dívidas, como também tende ao seu agravamento.
A expressão popular “dar o passo maior do que a perna”, ilustra bem o problema de alguns cidadãos que não resistem à tentação do consumo desmesurado, levando-os a contrair dívidas acima das suas posses. Procurando desta forma satisfazer assim a frequentemente classificada “patologia” da obsessão compulsiva pelas compras.

Trabalho elaborado com base em pesquisa efectuada em estudo da UC para a DECO


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Viagem a Londres



London - Eye

Londres, uma cidade cosmopolita repleta de história.

Londres é a capital do Reino Unido e da Inglaterra, uma das maiores cidades da Europa, provavelmente também a mais diversificada culturalmente. Já liderou a lista das cidades mais populosas do Mundo. A aglomeração urbana tem cerca de 11.3 milhões de habitantes.

De uma cidade romana chamada Londinium, a capital da região administrativa romana Britannia, a cidade acabou por se tornar o centro do império britânico, contribuindo hoje com 17% do PNB de um país que é a quarta maior economia do mundo.

Em Londres não faltam atracções turísticas, locais para lazer e compras.


Rio Tamisa e Tower Bridge

Um passeio de barco no Tamisa ou uma volta num autocarro de dois andares pela cidade, terminando em Picadilly Circus para as compras nas lojas Harrods, preferencialmente em época de saldos.


Picadilly Circus












Autocarro londrino

Alguns monumentos e museus a visitar em Londres:

Abadia de Westminster, Big Ben, Casas do Parlamento, Museu de Cera (Madame Tussaud) Museu Britânico, Palácio de Buckingham, Palácio de St. James, Royal Albert Hall, Tower Bridge Torre de Londres, London Eye.


Big Ben

Data da partida: 24 de Junho de 2010

Voo TAP Air Portugal de Lisboa para Heathrow ou Gatwick

Alojamento:
Hotel Royal National
End. Bedford Way
Localização: Centro
Pequeno–almoço incluído




Data de Regresso: 27 de Junho de 2010

Preço total com voo de ida e volta: € 237,00 – Taxas incluídas

Reservar aproximadamente € 150,00 para despesas de alimentação.

Apesar de pertencer à Comunidade Europeia, a Inglaterra não aderiu à moeda única.
A moeda local é a Libra Esterlina, cuja cotação anda em torno de € 1,13 por cada Libra.
É conveniente proceder à compra de Libras antes da viagem.

Porque gostamos de cultura, escolhemos este destino não apenas por se tratar de uma cidade onde se “respira” história e cultura em geral, como também pela mistura do antigo tradicional, com o moderno.

Obtivemos dados sobre Londres, em conversas e ouvindo opiniões de amigos que conhecem esta cidade e outras do Reino Unido. Foi bastante útil a obtenção de informações pela Internet e através de catálogos promocionais de agências de viagens.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Impactos do Fotojornalismo



Impacto do fotojornalismo
na opinião pública


Esta imagem pretende transmitir-nos a agressão e o desrespeito pela natureza, que cada vez mais se verifica com a expansão desenfreada das grandes cidades asiáticas, como é este o caso.

A vegetação luxuriante e sedenta da tão necessária luz solar, tem de “contentar-se” com as luzes artificiais dos edifícios, ruas e automóveis.

É a luta pela sobrevivência da própria natureza.

Esta é uma situação que nos deixa a pensar e ao mesmo tempo, provoca-nos certo um sentimento de vergonha e culpa, pois esta é uma luta desigual.
As imagens publicadas nomeadamente na imprensa, na televisão e outros veículos de divulgação, têm como objectivo causar reacções de diversa natureza nas pessoas, dependendo da sua interpretação.

Em minha opinião, é sempre necessário reflectir ao olharmos para uma imagem, tentando sempre perceber a sua mensagem.

segunda-feira, 15 de março de 2010



A Internet ao serviço da cultura

O website do museu do Louvre


O museu do Louvre é dedicado essencialmente às artes e às histórias antigas com destaque para as culturas egípcia, grega e moderna.
O site deste museu possibilita ao visitante o acesso a diversos serviços tais como: Tabela de horários de eventos e preços, localizador das áreas de interesse e exposições, marcação de visitas, organização de grupos e visitas virtuais.

Um interessante “assistente” animado, em áudio visual, vai resumindo informações das várias alas do museu, assim como fornece descritivos detalhados de muitos objectos e artefactos, das áreas da história mundial das diversas civilizações, das artes em geral, da pintura e da escultura. O “assistente” vai falando também, passo-a-passo de uma forma agradável, em banda desenhada, das histórias do próprio museu e de factos importantes que marcaram a sua existência, como foi por exemplo o caso do roubo do quadro da “Mona Lisa”, considerado uma das obras primas mais importantes da história da humanidade.


O site é bastante rico em imagens e fotografias, algumas panorâmicas, as quais nos dão uma boa noção não apenas da sua localização, como também do aspecto relacionado com a bela arquitectura dos edifícios que fazem parte do complexo do Louvre.


A minha avaliação sobre este site é a de que faz jus à grandiosidade daquele museu. Encontra-se muito bem estruturado, contém bastante informação, de forma simplificada e organizada, para pessoas de todas as faixas etárias.


Pena é que no site apenas estejam disponíveis dois idiomas, francês e inglês, um aspecto que se revela insuficiente, dada a importância e dimensão daquela organização, pois é considerado um dos maiores e mais importantes museus, um ícone das culturas europeia, mundial e também da história francesa.


A Internet está ao serviço dos museus, pois é um importantíssimo meio de divulgação das suas colecções e acervos. Como ferramenta de pesquisa não tem paralelo, considerando a facilidade de utilização e velocidade na obtenção de qualquer tipo informação, a qual está disponível a praticamente todas as pessoas no planeta.


Na actualidade, a Internet é um veículo fundamental para toda e qualquer divulgação, com a enorme vantagem de ser totalmente democrática e sem a existência de fronteiras.


Para conhecer o site do Museu do Louvre, tecle AQUI

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A VIAGEM DA LINGUA PORTUGUESA


O que é a língua portuguesa?

O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades lusofalantes.

Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo.
É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, conforme a perspectiva do observador.
Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade. Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialectos) ou grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo de divisão.


A VIAGEM DA LINGUA PORTUGUESA PELO MUNDO

A expansão da língua portuguesa

A partir do século XV, através da expansão marítima, os portugueses descobrem novas terras e a elas levam a sua língua, estendendo deste modo o espaço geográfico em que a Língua Portuguesa serve, com mais ou menos alterações relativamente à do povo que a divulgou, de língua de comunicação em várias nações do mundo.
Fonte: Guilherme Ribeiro, AQUI

A língua portuguesa no mundo

Os países lusofalantes
O português é uma das dez línguas mais faladas no mundo, variando a sua ordenação entre a quinta e a sétima posição.
Com cerca de 230 milhões de falantes, é língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. É também uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial, Timor-Leste e Macau. Existem importantes comunidades falantes do português na América do Norte.
A língua portuguesa é língua oficial na União Europeia, no Mercosul, na União Africana e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre outras organizações internacionais.

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP

A CPLP foi criada em 1996. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste constituem os seus Estados-Membros. Dos seus objectivos gerais destacam-se: o reforço da presença dos Estados-Membros em termos internacionais, a cooperação em vários domínios e a promoção da língua portuguesa.
É a terceira comunidade intergovernamental de língua. Distingue-se das primeiras – Commonwealth (criada em 1949) e Comunidade Francófona (organizada como comunidade em 1970) – por ter sido criada no contexto pós guerra-fria por vontade soberana e igual dos países membros.
A União Europeia e os Países de Língua Portuguesa

Em 2007, é reconhecido pela União Europeia a importância da CPLP como um parceiro para a criação de sinergias em vários domínios da política externa e do desenvolvimento através de um Memorando de Entendimento assinado entre a Comissão Europeia e esta comunidade. O documento estabelece uma nova parceria nos domínios do combate à pobreza, do fomento da democracia e dos direitos humanos e da promoção da diversidade cultural e do desenvolvimento económico e social

Fonte: AQUI

A língua portuguesa em Timor Leste
Existe em Timor-Leste uma geração sem qualquer relacionamento com Portugal. Aqueles que se encontram na faixa dos vinte e poucos anos nasceram e cresceram sob influência indonésia. Portugal é, para eles, algo estranho, longínquo, apenas parte de um passado que não viveram. O uso da língua portuguesa é uma opção que não compreendem. Porque terá sido escolhido, para língua oficial, um idioma que a maior parte da população desconhece?
Numa escola próximo de Baucau, crianças espreitam para uma sala onde decorre uma aula
A questão não é de fácil resposta mas coloca-se diariamente. “O português faz parte da identidade timorense”, disse-me um dia o adido para a cooperação da Embaixada de Portugal em Timor-Leste. É verdade. Mas entra-se num táxi e o condutor só entende tétum ou bahasa indonésio. Entra-se numa biskota ou mikrolet (transportes locais) e raramente se encontra alguém com quem dialogar. Percorre-se as ruas de qualquer povoação e não se ouve nenhum grupo de timorenses a conversar em português. Usam o tétum ou um dos vários dialectos locais existentes no território. E os que conhecem a língua de Camões – geralmente os muito velhos ou os muito novos – usam-na apenas para comunicar com os portugueses que permanecem no território. Nunca entre si.
Os decisores timorenses queriam romper com o passado tortuoso e marcar a diferença em relação à outrora potência ocupante, a Indonésia. E o inglês só serviria para aumentar uma indesejada influência australiana no território. Do tétum, diz-se ser demasiado básico e pouco estruturado. Ficou o português, laço antigo que resistiu à história e que carrega consigo uma carga simbólica, de resistência, na luta pela independência. “No mato comunicávamos em português, para que o inimigo não entendesse as nossas mensagens”, disse-me um dia um antigo guerrilheiro das FALINTIL. Agora, só o tempo poderá confirmar se essa escolha foi a melhor para o futuro de Timor-Leste. E isso – o futuro do mais novo país do planeta – é a única coisa que verdadeiramente interessa considerar nesta questão linguística.
No meio desta problemática encontram-se os professores portugueses que dão o melhor de si para cumprir a tarefa de que foram incumbidos. Actualmente, a maioria dos docentes nacionais ensina colegas timorenses para que estes possam, por sua vez, leccionar na língua de Camões. Mas muitos timorenses assistem às aulas obrigados, o que torna a tarefa mais difícil. Ao que se acrescentam problemas de assiduidade em virtude das mais simples razões. Uma ribeira que não permite que alunos ou professores se desloquem às escolas. Velórios de entes queridos que duram mais do que uma semana. Doenças dos próprios alunos ou de familiares.
Os olhos negros e profundos de uma pequenina ternura de Baucau, Timor-Leste
O dia-a-dia de quem ter por missão o ensino em português nem sempre é fácil, apesar do estilo de vida relaxado e das tentadoras compensações financeiras. Os professores portugueses tentam contribuir, na medida dos possíveis, para o desenvolvimento da massa cinzenta local. Mas em breve, quando a quase totalidade dos estrangeiros abandonarem o território, caberá aos timorenses desbravar o seu caminho rumo à prosperidade. Investir, produzir, apostar em áreas chave. E o turismo – arrisco a dizer – será uma das áreas fundamentais para o desenvolvimento do país.
Não se vêem, por enquanto, viajantes em Timor-Leste. Mas consigo sem esforço imaginar o país como um destino turístico de relevo. Já estive noutros lugares com muito menos para oferecer em termos de beleza e de diversidade cultural, e que são verdadeiros ímanes para viajantes de todo o mundo. Algumas ilhas tailandesas, por exemplo.
É certo que viajar em Timor-Leste não é fácil. As estradas que rasgam o país são tudo menos confortáveis. Distâncias curtas demoram pouco menos que uma eternidade a percorrer. Mas o país tem, para além da componente cénica, imenso para proporcionar aos viajantes que nele se aventurem. Intercâmbios com culturas riquíssimas, um povo de uma amabilidade extrema, lugares onde se fica com a sensação de se recuar no tempo. E praias belíssimas espalhadas por quase toda a costa. O monte Ramelau e as plantações de café e cacau do centro do país. As ilhas de Jaco e Ataúro e muitos, muitos outros lugares. E, melhor que tudo, os inconfundíveis sorrisos das crianças timorenses e os seus olhos negros, profundos, igualmente risonhos. Se a riqueza de um país se medisse pelo encanto dos mais novos, Timor-Leste seria a mais próspera nação do planeta.

{ 16.Mai.2005 - 05:14. Versão não editada do texto originalmente publicado Por Filipe Morato Gomes no jornal Público }

Fonte: AQUI

Conclusão

A divulgação da língua portuguesa pelo mundo, aquando da epopeia dos descobrimentos e das viagens de circum-navegação foi de fundamental importância para a projecção de Portugal.

Na actualidade, apesar de em muitos países se falar português não se verifica grande investimento por parte das autoridades competentes do nosso governo, no acompanhamento, na manutenção dos valores e da importância que foi outrora dada à língua portuguesa pelos nossos antepassados.

Não obstante o esforço de alguns profissionais da área do ensino da língua portuguesa em manter a qualidade do ensino em várias áreas do globo, estes não beneficiam do apoio necessário.

Actualmente, em termos económicos, a língua portuguesa é de extrema importância nos entendimentos empresariais e comerciais, com os países da chamada economia emergente, nomeadamente os africanos pertencentes aos PALOP.